Situação atual da digitalização do setor energético
Apesar do seu elevado grau de digitalização, o avanço das novas tecnologias é tal que, ao contrário do que possa parecer, o setor energético tem um longo caminho a percorrer no seu processo de transformação digital. Um estudo recente realizado pela PwC com base em 500 entrevistas com gestores do setor elétrico revelou que apenas 2% das empresas de eletricidade na Europa, Médio Oriente e África (EMEA) podem ser consideradas líderes na digitalização, enquanto 45% são novatos digitais.
O estudo mostrou como, apesar de quase metade dos inquiridos estarem a adotar tecnologias como big data ou computação em nuvem, apenas 5% tinham iniciativas baseadas em Inteligência Artificial (IA) em curso e nem 10% as tinham em fase piloto.
Processo de Adoção de Tecnologia Digital
A adoção da digitalização está a trazer benefícios extraordinários que o setor exigia; no entanto, não se pode ignorar que tornar os sistemas energéticos mais conectados e inteligentes para uma maior eficiência e sustentabilidade envolve também uma série de desafios. No final da resistência à mudança que cada projeto destas características traz, devemos acrescentar ainda:
· Segurança:Dado o nível de conexão digital de todos os sistemas, as infraestruturas energéticas estão dentro das consideradas críticas para os Estados. A sua transformação digital expande a superfície de ataque dos terroristas, pelo que a sua blindagem digital deve ser uma prioridade.
· Privacidade:Esta ligação chega aos próprios utilizadores com a implementação de contadores inteligentes, através dos quais é possível conhecer os seus hábitos de consumo. Por isso, às medidas de cibersegurança acima referidas, é necessário acrescentar o cumprimento da legislação vigente sobre a transferência de dados pessoais, especialmente para fins comerciais.
Que benefícios traz a digitalização do setor energético
· Melhorar a sustentabilidade económica e ambiental. A digitalização do setor energético é uma parte essencial do processo de descarbonização e da melhoria da sustentabilidade. Através da tecnologia, é possível ter redes mais flexíveis e integradas, favorecendo a gestão inteligente de, por exemplo, energias renováveis. Avanços como o Blockchain pode ser crucial quando se trata de partilhar energia entre utilizadores da mesma rede, evitando que o excesso de energia seja perdido.
· Normalização. A digitalização, devidamente regulada, pode trazer maiores níveis de harmonização e normalização dos protocolos de comunicações e dados no setor energético. Como resultado, promove-se a interoperabilidade entre diferentes atores, reduzindo a complexidade.
· O papel progressivo de liderança do cliente final. Com a implantação massiva de sensores e as possibilidades trazidas pela Internet das Coisas (IoT), as empresas do setor energético têm muito mais informação em tempo real para aumentar o nível de personalização dos seus produtos e serviços. O canal de comunicação com os clientes muda, tornando-se absolutamente omnichannel, imediato e, até, proativo, aproveitando esta riqueza de informação.
· Produtos e serviços de valor acrescentado. Os dispositivos inteligentes ligados à rede permitem às empresas de energia desenvolver produtos e serviços que vão além do mero fornecimento de energia, dotando os consumidores de ferramentas com as quais, por exemplo, podem ser mais eficientes em termos energéticos, acedendo aos seus consumos e taxas em tempo real, onde e quando quiserem.
· Disponibilidade e fiabilidade da rede. Um dos exemplos mais ilustrativos da digitalização no setor da energia vem da utilização de contadores inteligentes. Não só são o lado mais visível desta transformação digital, mas também constituem um elemento essencial nas redes inteligentes energéticas, com as quais é possível realizar uma monitorização mais precisa e exaustiva do serviço, melhorando a sua fiabilidade e maximizando a disponibilidade da rede. Com a digitalização vem a manutenção preditiva de toda a infraestrutura, o que contribui para aumentar a sua vida útil operacional.
· Integração e homogeneização da informação. Uma vez que uma mesma empresa pode fornecer diferentes fornecimentos de energia (eletricidade, gás...) ao mesmo consumidor e uma vez que isso é por vezes o resultado de uma aliança ou aquisição, a filtragem de informações e a eliminação da duplicação de dados dos clientes é crucial para evitar erros muito comuns como a dupla faturação, perda de oportunidades de cross-selling ou a prestação de mau serviço ao cliente. Ter ferramentas de automação como a tecnologia RPA (Robotic Process Automation) pode garantir essa qualidade dos dados.
· Previsão de produção. As ferramentas analíticas tornaram-se verdadeiros protagonistas. Utilizando soluções de automação e Inteligência Artificial, as empresas podem cruzar múltiplas fontes de informação (condições meteorológicas, hábitos de consumo...) e poder estabelecer previsões de produção de energia, enquanto realizam análises detalhadas de custos.
· Poupança de custos. Segundo um relatório da Agência Internacional de Energia, a digitalização no setor energético traz poupanças significativas. Assim, para o setor do gás e petróleo, os seus relatórios detalham poupanças de produção entre 10% e 20%, enquanto no setor elétrico as calcula globalmente em cerca de 80 mil milhões de dólares por ano.
Transformação digital com Adea
A Adea acompanha há décadas empresas do setor energético nos seus projetos de digitalização, que são fundamentais para o desenvolvimento e otimização dos seus processos e serviços. Graças a esta experiência, a Adea torna-se um parceiro ideal para abordar a transformação digital, lançando as bases operacionais para a melhoria da relação com os clientes, sem comprometer a cibersegurança.
Os especialistas da Adee integram as tecnologias mais avançadas, simplificando o processo de adoção e contribuindo para melhorias nos negócios e no atendimento ao cliente em períodos muito curtos de tempo.